terça-feira, 23 de novembro de 2010

Conferência – Intellectual Topographies and the Making of Citizenship – 11 Novembro 2010


"Declaração dos Direitos Universais do Homem
                                                                                        Artigo I
        Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão  e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.    
                                                                                         Artigo II
        Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua,   religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição."

        Ao assistir a esta conferência foi-nos proposto pela docente para fazer uma reflexão crítica sobre a sessão a que assistimos. Esta sessão foi dirigida pelo Professor Molefi Kete Asante, na qual este falou principalmente sobre as diferenças culturais e raciais, e de que maneira se manifesta na sociedade. 

 

        A ignorância refere-se à falta de conhecimentos sobre determinados temas, daí que  ignorante tende a ir por critérios que desvalorizam o os critérios dos outros por causa da sua falta de conhecimento. Normalmente existe uma  discordância devido à não procura do saber e da verdade.
         Ignorância gera o Medo. Se esclarecermos as pessoas e lhes fornecermos conhecimento, isso vai reduzir o medo. O medo é fruto da falta de conhecimento. E é por gerar medo que surgem reacções perante aquilo que é considerado diferente e surgem formas de pensamento erradas em relação aos outros.
      O racismo é um preconceito relacionado com a importância dada à exitência de diferentes raças humanas distintas. Existe uma certa superioridade em relação aos diferentes.
      “Freedom is something that we can have but not others” – esta afirmação pretende dizer que para uns a liberdade é algo essencial mas não é para todos, na medida em que nem todos têm os mesmos direitos.
     “How can a black American be an American?” – Não acreditam que Barack Obama seja Americano devido à sua história genealógica, porque o pai é do Quénia. Apesar de ser brilhante pelas suas ideias e conhecimentos, Obama ainda é visto como alguém que devia estar a ocupar o cargo de Presidente, pois esse lugar pertence a um “Homem Branco”. Esta noção, como podemos ver, é uma noção discriminatória na qual o Presidente Obama é colocado em desigualdade em comparação a qualquer outro presidente simplesmente pela cor da sua pele e do seu histórico familiar.
        Esta concepção produz medo, porque as pessoas têm medo do que é diferente, logo produzem esse medo para os outros - tratando-os de maneira diferente.
Different names: Afro – American, Latin American, Asian American, etc. Vai gerar diferentes tratamentos porque são todos americanos mas intitulam-se de maneira diferente, nunca são simplesmente americanos, é sempre referido a descendência de forma a diferenciar.
       “Porquê é que algum humano deve ser tratado como abaixo de humano?
Não pode. Todos devem ser tratados da mesma forma. Para além de ser, hoje em dia, um direito universal, é algo que cada um deve ao outro. Pois, apesar de termos cores, crenças religiosas distintas e culturas diferentes, na verdade somos todos iguais. Somos todos Pessoas. Todos temos sonhos aspirações e medos.
        Estabelecendo uma ponte com a disciplina de Comunicação Digital, poderemos ver que, com o uso das redes sociais, podemos alargar as nossas opiniões e identidades. Acontece a ênfase nas relações humanas devido aos espaços de comunicação interculturais onde podemos interagir com outras culturas. Estamos todos ligados, neste caso, por uma rede social na qual temos a hipótese de ter um grande acesso para conhecer outras pessoas e outras culturas.
Por causa da internet, podemos ter um blog e partilhar os nossos pensamentos e opiniões com o mundo. Através do Facebook, Twitter, Linkddin, Hi5, entre outros, fazemos novas amizades, agora até podemos ser recrutados para um trabalho através destas redes.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Conferência - Panic and Mourning

        Claude Lanzmann, nasceu em 1925 3m Paris, é um realizador francês e professor na European Graduate School in Saas-Fee, na Suiça.
        O seu trabalho mais reconhecido foi o seu documentário ‘Shoa’, que não tem qualquer imagem histórica e simplesmente se foca em pessoas que estiveram presentes nos decorridos acontecimentos. E vai ser neste documentário que a sessão da conferência a qual assistimos se centralizou e que achámos interessante abordar. 


        O documentário ‘Shoa’ fala do Holocausto e do que aconteceu a vários judeus e nazis. Centra-se principalmente em quatro tópicos: Chelmno onde câmaras de gás foram utilizadas pela primeira vez para exterminar judeus; os campos de morte de Treblinka e Auschwitz-Birkenau; e o Warsaw Ghetto; testemunhos de sobreviventes.
        As secções sobre Treblinka incluem o testemunho de Abraham Bomba, que sobreviveu a um barbeiro, Richard Glazar, um presidiário, e uma rara entrevista com Franz Suchomel, um oficial da SS que trabalhou no campo, que revela detalhes intricados da câmara de gás do campo. Suchomel aparentemente concordou em fornecer a Lanzmann alguns detalhes do passado em anónimo; Lanzmann filmou secretamente a sua entrevista.
        Os testemunhos de Auschwitz são fornecidos por Rudolf Vrba, que escapou do acampamento antes do final da guerra, Filip Müller, que trabalhou a queimar os corpos dos gaseamentos. Há também relatos de vários moradores polacos, que viam os comboios a chegar diariamente ao campo e deixando-os vazios - eles rapidamente conseguiam adivinhar o destino das pessoas a bordo.
        Em relação ao Chełmno, os dois únicos judeus a sobreviver são entrevistados: Srebnik Simon, que foi forçado a cantar canções militares para divertir os nazistas, e Mordechai Podchlebnik. Há também uma entrevista filmada secretamente, com Franz Schalling, que era um guarda Nazi.
        O gueto de Varsóvia é discutido no final do filme, e as péssimas condições que são descritas por Jan Karski, que trabalhou para o governo polaco no exílio, e Grassler Franz, um administrador de nazistas que manteve contactos com líderes judeus. Memórias de participantes judeus no levante do Gueto de Varsóvia concluir o documentário.
      Lanzmann também entrevistou o historiador do Holocausto Raul Hilberg, que discute a importância histórica da propaganda nazi contra os judeus europeus e da invenção nazi na solução final.
       Embora o filme tenha sido muito elogiado, alguns polacos têm criticado Lanzmann alegando que este foi selectivo no seu uso de assuntos sobre a Polónia - de que traduziu mal alguns diálogos e que o filme fora editado para criar a impressão de que os polacos colaboraram voluntariamente com os nazis, cortando tudo o que contrariou essa visão. Outros têm argumentado que Lanzmann mostrou simplesmente a manipulação horrível e a eficiência dos nazis durante a operação dos seus campos de morte entre os cidadãos da Polónia.
        Lanzmann não relata o que aconteceu como algo muito trágico na sua vida, mas faz a relação da história do Holocausto com o contexto existente e colocando as suas questões. Apesar de Srebnik – Srebnik returns to Chelmno – uma das partes do documentário - voltar ao local e de reparar que se trata de um sítio bonito, a verdade é que se passaram várias atrocidades tanto nos recintos como nos espaços abertos – as florestas e prados. Isto leva a pensar no brutal paradoxo que existe entre a beleza e os acontecimentos trágicos que se passaram lá. 

Srebnik Simon, Chelmno
 
           “A beautiful voice of a 13 year old boy saved His life” – O facto de ter sido a sua voz a salvar a sua vida, leva-nos a fazer uma relação entre o Holocausto e um Conto de Fadas.
           “Não quero que sintam o que é suposto sentir em relação ao Holocausto”
- Lanzmann -  a relação com a estética pode-se tornar um pouco violenta, dado que existem limites na representação da imagem, ou seja, ele não quer que pensemos apenas no acontecimento terrível que foi viver num campo de concentração, mas que nos concentremos no facto de que também houve sobreviventes.

 
Srebnik returns to Chelmno